Em um passado não muito distante, os tribunais executavam os condenados de maneiras brutais. Alguns eram atravessados com bastões ou esmagados por elefantes, enquanto outros infelizes tinham a pele arrancada ou os ossos triturados. Selecionamos algumas penas capitais bizarras, com base no sofrimento causado às vítimas. Diante delas, os métodos tradicionais parecem piedosos. Afinal, o enforcamento e a cadeira elétrica têm, pelo menos, o mérito de matar com rapidez. A maioria dos países já aboliu a pena de morte, mas, de acordo com a Anistia Internacional, 78 nações ainda promovem execuções de criminosos. Outras 22 prevêem a pena, mas não a aplicaram nos últimos dez anos. A boa notícia é que 83 países sequer cogitam utilizá-la e 13 só mantêm a punição para crimes de guerra. O Brasil, que adotou a pena capital até o século 19, está nesse último grupo. Nosso Código Penal Militar não perdoa os combatentes que cometem crimes como a fuga em presença do inimigo. Nesses casos, o Presidente da República deve aprovar a execução, que ocorre por fuzilamento. Mas como não somos chegados a uma guerra, essa situação é quase impossível. Os defensores da pena argumentam que ela pode dissuadir os malfeitores - diante da possibilidade de execução, eles pensariam duas vezes antes de fazer besteira. Mas os que se opõem à medida alegam que a criminalidade não diminuiu nos lugares onde ela foi adotada. Enquanto a discussão prossegue, pelo menos 1 146 pessoas, segundo a Anistia, foram executadas em 28 países, em 2003.
"Fim do caminho" já foi decretado com fervuras, estripações e esmagamentos ""
APEDREJAMENTO
ONDE - Afeganistão, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Irã, Nigéria, Paquistão e Sudão
QUANDO - Do século 2 até hoje
PUNE O QUÊ? - Adultério
Com a lei islâmica, a Sharia, não tem brincadeira. As pessoas casadas que pulam a cerca são enterradas - as mulheres até o peito, os homens da cintura para baixo - e alvejadas pelo povão com pedras pequenas, até a morte. Se o traidor não for oficialmente casado, o castigo é mais leve: cem chibatadas
ESMAGAMENTO POR ELEFANTE
ONDE - Sudeste Asiático
QUANDO - Até o século 19
PUNE O QUÊ? - Crimes militares
Os réus tinham a cabeça esmagada pelas patas de elefantes, animais que pesam 9 toneladas. Registros desse método paquidérmico aparecem em livros do século 17, como o que foi escrito em 1681 pelo expedicionário inglês Robert Knox. Durante uma viagem ao Ceilão - atual Sri Lanka - ele testemunhou uma execução
EMPALAMENTO
ONDE - Oriente Médio e Europa
QUANDO - Da Antiguidade à Idade Média
PUNE O QUÊ? - Crimes contra o Estado
Dos persas aos suecos, muitos governantes foram adeptos do doloroso método de introduzir um bastão de madeira pontudo pelo ânus do condenado. Em alguns casos, depois de empalada, a vítima ainda era espetada ao chão, onde ficava até morrer. O bastão impedia a saída do sangue, prolongando a agonia
ESFOLAMENTO
ONDE - Oriente Médio e Europa
QUANDO - Até o século 1
PUNE O QUÊ? - Crimes religiosos
A retirada da pele era uma maneira nada sutil de tirar também a vida do condenado. Conta-se que São Bartolomeu, um dos 12 apóstolos de Jesus, foi esfolado antes de ser crucificado no século 1, por ordem do rei armênio Astiages. O afresco do Juízo Final que Michelangelo pintou na Capela Sistina, no Vaticano, também exibe um cadáver esfolado
ESTRIPAÇÃO
ONDE - Japão, Espanha, Inglaterra
QUANDO - Idade Média e Moderna (até o século 16)
PUNE O QUÊ? - Desonra e pecados religiosos
Por um corte na barriga, o réu tem seus órgãos internos arrancados um a um. Primeiro o intestino delgado, depois o grosso, então o fígado... O método foi empregado pela Inquisição espanhola. No Japão, era comum para liquidar samurais: aqueles que não cometiam haraquiri - o tipo de suicídio em que se rasga a barriga com uma espada - eram mortos desse jeito
FERVURA
ONDE - Europa
QUANDO - Idade Média e Moderna (até o século 16)
PUNE O QUÊ? - Tentativas de envenenamento
O condenado era colocado em água ou óleo e fervido até a morte. O processo podia durar até duas horas. Mesmo os frios britânicos aprovaram a escaldante pena de morte em 1531, quando o rei Henrique VII mandou para o caldeirão o cozinheiro Richard Rosse, acusado de ter envenenado a comida de um bispo
ESQUARTEJAMENTO
ONDE - Europa
QUANDO - Idade Média
PUNE O QUÊ? - Crimes contra o Estado
Os braços eram presos a uma árvore, enquanto as pernas ficavam amarradas a cavalos ou burros, atiçados para andar até deslocar e arrancar os membros da vítima. Havia também máquinas de madeira feitas especialmente para modernizar o martírio: ao rodar uma manivela, o carrasco separava os membros dos condenados
RODA DA MORTE
ONDE - Europa
QUANDO - Idade Média
PUNE O QUÊ? - Crimes religiosos e contra o Estado
Com braços e pernas amarrados em traves, o réu tinha os ossos quebrados com marteladas. Com o corpo amolecido, seus membros eram entrelaçados nos raios de uma roda que era pendurada em um poste. Nos dias seguintes, o cadáver servia de alimento para as aves de rapina